quinta-feira, 28 de maio de 2009

Bella Natura

Olá e uma Boa Tarde! ^^

Hoje me parece especialmente um belo dia, e aproveitando essa inspiração momentânea aqui estou!


E isso tudo me recorda da semana passada, quando saí com alguns amigos para uma caminhada pela Floresta da Tijuca. Foi deveras interessante, e é uma saga que vale a pena ser contada...


O horário combinado era de estar 7 horas lá, se não me falha a memória, no Alto da Boa Vista, o que, por sinal, não era nada perto, então tivemos que acordar 5:00h no Domingo (;D) e rumar para aquelas terras.


Chegar lá não foi difícil, e depois de esperar alguns minutos, eis que chegam nossos guias veteranos Scheilla e Eduardo (mas vocês podem chama-los de Scheilla e Eduardo), e começam os preparativos finais para a caminhada.


Depois de altamente protegido contra os mosquitos e com os equipamentos ligados, o Eduardo estava pronto, e assim estavamos Saullo, seu primo Rafael, e Eu, junto com a Scheilla, subindo a entrada do
Parque para conversar com um dos Guias Oficiais, e também para os veteranos tirarem algumas duvidas antes de partirem.



Eles continuavam se perguntando onde estava "Graziene", quando então um guarda apareceu e respondeu às perguntas. (Nota: "Graziene" era o nome do Guia, não tenho certeza qual nome era mesmo, mas fiquei achando que era uma mulher até o meio da Viagem!)


E ai então começou a "Grand Adventure":

(Da esquerda para direita: Scheilla, Eduardo, Eu, Rafael, Saullo)

Começamos então a subir por uma estrada de concreto, para então ingressar nas trilhas própriamente ditas.No inicio as trilhas eram intercaladas por trechos asfaltados, que depois desaparecem, dando lugar a pura paisagem.



Perto do fim das estradas de concreto, encontramos o primeiro marco: O Elefantinho (é tudo imaginação sua)

E seguindo mais adiante chegamos a primeira parada com banheiro e fonte, e o mais interessante: a água dos dois vinha direto das cachoeiras locais, gelaaaada! xD

Saullo, Rafael e Eu fomos até uma estação da Sedae próxima do local e tiramos algumas fotos na Cachoeira, enquanto os veteranos estavam no Banheiro...


A partir daí rumamos para o Retiro, que seria o último ponto "civilizado", antes de entrarmos diretamente na mata. No caminho para lá, passamos por vários pontos interessantes, como por exemplo a clareira onde os desocupados locais costumam ir praticar Tai Chi, e também, passando pelo Vale das Almas, aproveitamos para conhecer a Cachoeira das Almas, o que com certeza soa muito interessante... ;D

Passando pelo referido vale, chegamos e uma trilha que margeava um rio, que seguimos por longo tempo, até chegarmos no Retiro, que estava vazio, visto a hora. Rafael estava cronometrando e disse que já estavamos andando havia quase 1 hora (espanto de todos). Última chance para recarregar as águas e as bexigas, e aproveitar para comer um pouco e apreciar a vista. O Saullo com certeza gostou bastante da vista, principalmente a do shortinho de uma menina passando com um grupo de excursão.


No Retiro também encontramos um guarda que estava controlando a entrada de pessoas e de grupos por ali, alertando sobre o fechamento da trilha do Pico do Papagaio pelo surgimento de Abelhas Africanas no trajeto, tornando-o demasiado perigoso.

Tudo terminado, dissemos adeus àquele mundo de vaidades e entramos na mata:




(No Retiro)


Nosso Objetivo era o Pico Taunay, tanto almejado pelos veteranos, mas que eles não haviam conseguido alcançar até aquele momento. Começamos então a andar pela mata, tudo correndo tranquilamente, seguiamos os Waypoints do Eduardo com seu GPS até retomar o estado da antiga expedição.


Mas pelo que parece, nosso Guia Informante (Que eu achava que era A Guia), havia dado uma informação errada, ou melhor dizendo, imprecisa, e lá estavamos nós, no Vale dos Perdidos, aparentemente [irony]perdidos[/irony].

Nosso grande salvador foi o Eduardo com seu GPS, que sabia dizer onde estavamos em todos os momentos, mesmo quando o erro era de uns 30 pés... xD



Chegamos então a um ponto crucial na caminhada: "O Buraco com a Árvore", que era onde "o" Guia havia dito que deveriamos pegar certo caminho, e explicitamente não o outro. O maior problema era que, na direção indicada pelo "homem", não havia caminho, então seguimos por uma trilha que achamos e continuamos a trilha...

Vou te falar que andamos muito, e nessas andanças o tempo passou, e vimos muitas coisas, desde pássaros, até plantas muito interessantes, como está, uma das "Mother Trees" que encontramos por lá:

Acreditando ou não, eu não era muito mais alto que essas raízes não... ;D

Vimos algumas destas, sem poder dizer qual era maior que a outra. Mas havia uma que tinha uma caracteristica muito interessante: entre duas de suas raízes, surgiu uma outra raíz ligando uma a outra. O Eduardo ficou encantado, repetindo o quanto isso era biologicamente improvável.

Um ponto alto do dia foi minha súbita dor de barriga, que foi quando subitamente me dei conta de que estava no meio da Floresta, e estava sem muitas opções. Por sorte a Scheilla(Girl Power) tinha os equipamentos necessários, e pude experimentar um pouco da vida dos meus antepassados.

Depois de um certo ponto, Scheilla estava certa de que não tinhamos mais tempo, mas que poderiamos ainda assim tentar descobrir o que estava errado na trilha que estavamos fazendo, e guardar as informações para futura referência.

Assim então voltamos para o "Buraco com uma Árvore", e procuramos por outras trilhas, sem sucesso por alguns instantes. Encontramos caminhos, mas nada que nos levasse à alguma novidade boa, e então a Scheilla resolveu que deveriamos retroceder um pouco no caminho e pegar uma rota alternativa "perto" do inicio da trilha.

A Scheilla tinha uma noção de para onde tinhamos ir, pois nos dias anteriores recolhera pistas e evidencias da trilha escolhida, pistas essas que até aquele momento não haviamos encontrado.

Andamos por muito tempo, não sei dizer quanto, pois no Vale dos Perdidos, a mecânica Newtoniana não vale. Posso te jurar que vi algumas coisas interessantes no Caminho, como por exemplo uma Ninfa, mas deixemos isso para uma outra história... ;P

Meu pensamento estava longe durante a maior parte desse trajeto, até que a Scheilla descobre um caminho alternativo àquele que estavamos fazendo, mas que seria mais díficil, posto que a trilha estava mais fechada. Todos concordaram em seguir, e assim continuamos a aventura, seguindo agora por sendas cada vez mais estreitas, e adentrando um denso bambuzal.

Bambus esses que merecem uma citação especial, já que estavam por todos os lados, e cujos espinhos tinham uma estranha atração pelas mãos do Eduardo (e pela testa também). O Eduardo vez ou outra vinha reclamando que havia "pego no bambu", e viam-se varios espinhos em sua mão.

Eduardo e Scheilla então se separaram para avaliar duas sendas que se abriam a nossa frente. Eduardo havia jurado nunca mais "pegar no bambu", novamente, e então ligou seu Walk&Talk e seguiu por uma, e nós seguimos com a Scheilla. De repente, o Eduardo manda mensagem urgente: "Peguei no Bambu DE NOVO".

Foi engraçado de uma maneira não exprimível em palavras...

Mas voltando. Achado o caminho, continuamos seguindo, até que a Scheilla finalmente encontra uma das marcas que antigos exploradores haviam indicado, uma grande "chaminé em uma rocha":




Chaminé seria essa grande fenda na Rocha, que era gigantesca! Bem maior do que da pra ver na foto. O que também é visível é a a Alegria da Scheilla ao encontrar tão importante Milestone.

Todos estavam deveras empolgados, mas fatos eram fatos, e estava ficando tarde. Ali comemos o resto do Lanche, e então rumamos de volta para a entrada da trilha.

Tudo isso aqui durou um parágrafo, mas acreditem, "Falta muito Edu?" , "Um pouco"; é bem mais do que parece, e ficamos um bom tempo andando. Tanto que começei a abstrair da realidade e fiquei altamente autista durante um tempo... xD
E enquanto tudo isso se desenrolava, Rafael se concentrava em consumir seu "pó". (no more comments)



A viagem de volta foi bastante cansativa, por causa das subidas, e das escaladas em troncos, e etc (assado como peru de natal). Mas enfim conseguimos chegar no Retiro.


A sensação é como se estivesse fora do convívio humano por longo tempo, e então volta para o meio dos homens, como um Zaratustra que sai do estado Eremita e volta para o "mundo".


Havia lá um número incomum de pessoas, muitas eu diria, fazendo diversas coisas: Brincando com Filhos, conversando com amigos, e seilácoisasquesefaznomeiodafloresta.
(olha a mente poluída! ¬¬)


Todos trocaram de roupas, enxeram seus cantis e se prepararam para ir para a fronteira final: Cachoeira!
Por "todos", entenda-se Scheilla e Eduardo, pois Saullo, Rafael e Eu estavamos sentados em um dos bancos, ávidos por morfina.

Apareceram então um grupo de animais silvestres, que pareciam querer animar um pouco a paisagem, e pararam para dizer um "ola". Todas as atenções rapidamente convergiram para eles, que então passaram, até entrar novamente na mata.


E então continuamos a andar até a cachoeira, e tinha um considerável pedaço de chão entre nós... ;D

Caminhamos árduamente, e chegamos ao local referido, mas aparentemente este já se encontrava ocupado.

Mais precisamente, havia um casal aproveitando a tranquilidade do local para "fazer Joyces" e queimar algumas ervas.


Scheilla, não um pouco cansada e não um pouco impaciente, declarou que o lugar era público e liderou uma invasão à tão famosa cachoeira. -A visão é muito bonita- Rafael disse, e Eu concordei, mas percebi que ele não estava olhando pra Cachoeira, se é que me entende... ;D

Saullo se concentrava em tirar fotos com o Celular, ele tirou várias fotos, mas só algumas poucas eram da Cachoeira; as
outras?Nunca saberemos...


No início, os dois não estavam muito animados com a idéia de cair na água, já que a água é que ia cair na gente, e de bem alto!


Mas logo os dois foram convencidos e lá estavamos nós entrando rumando para o último grande desafio molhado!

A água estava extremamente gelada, mas foi também extremamente bom! Recomendo à todos, é uma experiência única, gelada e que vale com certeza a galinha inteira (vale a pena).

Depois do banho, todos se sentiram magicamente descansados, e prontos pra outra!!! ;D Ok, nem tanto, mas nos sentiamos muitos melhor, com certeza...

E assim rumamos para o fim da nossa expedição, estava ficando bastante escuro, enquanto caminhávamos pelas trilhas sem iluminação. Eduardo teve de se desfazer do Cajado do Poder, e teve problemas com o Joelho em um momento anterior, por isso estava com alguns problemas para andar, então tivemos de ir em um passo mais lento. Era dificil distinguir as sombras que estavam no caminho, e ainda mais o cheiro de Churrasco no ar, pois haviam DOIS acontecendo nas redondezas, enquanto ainda estavamos no meio do mato.

Depois de muito esforço e problemas com assaduras de 5º grau, conseguimos chegar ao ponto de início, a praça do Alto da Boa Vista, e nos declarar sobreviventes da excursão ao desconhecido.

Estava tendo um Churrasco de um Grupo de Motoqueiros, coisa de filme mesmo, muito interessante. Interessante também o Saullo de olho em uma menina com uma camisa igual a dele, no churrasco. Acho que ele queria comer carne... (?)






(Sobreviventes)




E assim fomos cambaleantes esperar o onibus que não vinha, e que parecia no infinito...Mas ele chegou sim, e fomos até em casa.


Não preciso dizer que fiquei quebrado a semana toda, né...? ;D


Mas com certeza valeu!


E aqui se encerra nossa saga. Foi uma história interessante, mas tenho certeza que ainda existe muito mais entre esses céus e terras, do que imagina minha vã filosofia...


Grande Abraço,


Paz!


Victor T.